domingo, 27 de janeiro de 2008

O MEDO,A PROMESSA E A LENDA.

O MEDO


De Novembro de 1717 a Fevereiro de 1718, a ilha do Faial foi atingida por uma epidemia de peste bubónica, fazendo muitas vítimas entre a população, principalmente nas freguesias de Cedros, Castelo Branco e Flamengos.


No dia 1 de Fevereiro de 1718, iniciou-se uma erupção vulcânica entre as Bandeiras e Santa Luzia (na ilha do Pico), surgindo torrentes de lava que rapidamente formaram um extenso mistério (o Mistério de Santa Luzia) que penetrou mar adentro, causando muito temor aos habitantes das freguesias mais próximas na ilha vizinha, o Faial.
A PROMESSA

Nestes momentos, os Açorianos recorrem sempre à fé, e fizeram uma promessa invocando protecção Divina.
Essa promessa, que no próximo dia 1 de Fevereiro faz 290 anos, ficou conhecida como: Voto do Senhor Santo Cristo. O povo aflito prometeu, e os Oficiais da Câmara, junto com outros ilustres Faialenses, no dia 20 de Abril de 1718, lavraram o voto.

O voto, diz o seguinte: enquanto o mundo durar, deve-se realizar uma festa em acção de graças ao Senhor Santo Cristo, no dia 1 de Fevereiro, dia em que se recebeu o benefício e obrou o prodígio. A qual será com toda a solenidade de sermão, música e Senhor exposto, a que assistirão os oficiais da Câmara e povo desta vila, e as comunidades mandarão da sua parte religiosos assistir, a qual será feita na dita Sua igreja da Praia do Almoxarife.

E assim, todos os anos o Voto se cumpre.


A LENDA

Não se pode falar do Senhor Santo Cristo que se venera na Praia do Almoxarife, sem se associar uma das mais fantásticas formas de narrativa, baseada na tradição oral, e que assim sobrevive aos tempos. As lendas são aceites como são, ninguém põe em causa a sua veracidade, já passaram por muitas gerações, e como toda a gente sabe, quem conta um conto acrescenta um ponto, enfim..., mas a sua beleza será mesmo essa, não se perdem no tempo.
Neste caso, existem pelo menos 3 versões conhecidas:

Reza a 1ª lenda, que o Crucifixo foi achado na praia com falta de um braço, tendo sido levado para a Igreja. Foram feitas várias tentativas, para colocar um braço novo, mas sempre sem sucesso, certo dia uma velhinha que procurava restos de navios na praia, encontrou um pedaço de madeira que meteu no lume, mas nunca ardeu. Foi reconhecido como o braço da imagem, e levado à Igreja se soldou intimamente.


Na 2ª lenda, um barco navegava no alto mar, a bordo levava uma imagem do Senhor Santo Cristo, o mar estava muito bravo e as pessoas estavam a ficar muito aflitas. Resolveram deitar a imagem ao mar, para o acalmar, tendo sido trazida pelas ondas até à Praia do Almoxarife. Foi encontrada e levada para a Igreja, embora tendo falta de um braço. A partir daqui a lenda é quase idêntica à anterior, apenas referindo que quando o suposto braço era lançado ao lume, além de não arder, também saltava para fora.


Na 3ª lenda, a velhinha volta a encontrar a imagem na costa, e oferece à Igreja. Um dia, em que a terra tremia, resolveram levá-la para um convento na Vila da Horta. De repente, a imagem tornou-se muito pesada, para aqueles que a transportavam, e por mais esforços que fizessem ninguém podia com ela. Voltaram para trás, e a imagem começou a ficar cada vez mais leve, tão leve que depressa chegaram à Igreja.



SE SÃO PRODUTO DA IMAGINAÇÃO HUMANA, NÃO SEI, TEMOS VÁRIAS COISAS EM COMUM NAS 3 LENDAS, UMA COISA É CERTA, EXISTEM FÉS INABALÁVEIS, E ESTA CERTAMENTE É UMA DELAS.

1 comentário:

Silvia Madureira disse...

tens algo muito importante num post do meu blog.

beijo