quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Evidências






O nosso Vulcão





Entre os dias 16 e 27 de Setembro de 1957 o Faial foi sacudido por cerca de 200 sismos.





A intensidade destes, nunca ultrapassou o V graus na escala de "Mercalli".


No dia 27, pelas 8 horas da manhã, começou uma erupção submarina ao largo da ponta oeste do Faial, junto dos ilhéus dos Capelinhos.




No princípio foi apenas o fervilhar da água do mar, mas a actividade foi aumentando, atingindo por vezes os jactos de cinza vulcânica 1000 metros de altura.




No dia 30 de Setembro à tarde, o vulcão começou a lançar furiosamente escórias, o fumo e o vapor de água, bastante espessos sobem na atmosfera, enquanto as escórias são lançadas em jactos a mais de 400 metros de altura. Como resultado das constantes erupções, forma-se uma ilhota a qual deram o nome de "Ilha Nova" e "Ilha do Espírito Santo".




Devido às explosões e às cinzas as pessoas em redor começaram a deixar as suas casas, acontecendo o mesmo aos faroleiros residentes no Farol dos Capelinhos.




Na noite de 6 para 7 de Outubro, o vulcão registou um dos momentos de maior intensidade, uma violenta queda de cinzas, provocou a destruição das culturas e deu origem à evacuação das populações em redor (1712 pessoas e 500 cabeças de gado).




Até 29 de Outubro a erupção continuou com violência, tendo no dia 21 ocorrido a maior explosão de todas, tendo o estrondo por ela provocado sentido em toda a Ilha.




No dia 24 de Outubro choveu lama, nos arredores do Farol e no fim do mesmo mês, a pequena Ilha começou a desaparecer.




As erupções voltaram em Novembro, surgindo outra ilhota, a terceira que se ligava ao Faial por um istmo e que no mês de Dezembro atingiu 600 metros de largura e 60 metros de altura.




Em finais de Dezembro, depois do afundimento do cone, recomeçou a actividade submarina.




Em Março os ilhéus dos Capelinhos desapareceram debaixo das cinzas, na zona do Farol e no Porto do Comprido a espessura da areia atingiu vários metros, soterrando casas e abatendo telhados.




No principio de Maio, a crise submarina estava em decréscimo, mas a partir do dia 12 começaram por toda a Ilha abalos de terra, tendo sido registados cerca de 460 abalos entre as 18 horas do dia 12 e as 12 horas do dia 14, ocorrendo com intervalos de cerca de meio minuto apenas, depois entrou em decréscimo até ao fim do mês de Junho, num total de 580 sismos.




De salientar no entanto que o terramoto da noite de 12 para 13 de Maio de 1958, arrasou as povoações da Praia do Norte e Ribeira do Cabo, tendo os outros locais mais próximos ficado parcialmente destruídos.












Ao certo foram danificadas 508 casas, tendo 504 familias ficado desalojadas, atingindo um total de 1987 pessoas.




Um dos momentos de maior temor, surgiu quando a 14 de Maio deu-se um pequena erupção na Caldeira, que fica no centro da Ilha e em caso de continuidade, praticamente punha em causa toda a segurança e integridade da Ilha do Faial.



Felizmente não trouxe grandes consequências, mas chegou a estar preparada uma grande evacuação da Ilha, tal não sucedeu.




De Junho a Outubro de 1958, prosseguiram as explosões, com emissão de correntes de lava.




Finalmente a partir de 25 de Outubro de 1958, voltou a paz à Ilha do Faial.




Uma das consequências desta erupção, foi o aumento da área da Ilha do Faial em mais 2,4 Km2 de cinzas e lava.



PS-este resumo foi elaborado com o auxilio do livro "O ANO DO VULCÃO" , publicado em 1999 sendo o seu autor o Dr. Carlos Lobão.








fotos do Dr. Luís Carlos Decq Mota

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