O CICLO DA HIDROAVIAÇÃO
"Será a ainda incipiente navegação aérea que num mais curto espaço de tempo não prescindirá do porto da Horta para as suas amaragens nas ligações de e para o Novo Mundo. Antes houve as tentativas heróicas e românticas encarregues de demonstrar a viabilidade de tais ligações. No seguimento destas, aqui amarou, a 17 de Maio de 1919, o hidroavião NC4 do capitão Albert C. Read, primeira etapa do voo inaugural de Trespassey (Terra Nova) para Plymouth, na Inglaterra; uma singela placa descerrada na Praça do Infante relembra aos passantes o evento.
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Perante o sucesso, outros e de outras nacionalidades se lhe seguiram: ingleses, italianos, franceses e alemães, quer testando aviões, quer zepelins, sobretudo os alemães, dos quais o mais conhecido foi o "Graf Zeppelin", de cujo bordo, em 1930, se obteve a primeira fotografia aérea da cidade da Horta; estas silhuetas ronceiras e majestáticas continuaram a sulcar os ceús até que a tragédia lhes veio a por fim, a 7 de Maio de 1937, data em que dramática e fragorosamente o "Hindenburg", aeronave gémea do "Graf Zeppelin", explodiu sobre Lakehurst, Nova Jérsia, nos Estados Unidos, durante as manobras de aterragem.
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Suplantando este surdo degladiar entre os vários países, cada qual empenhado em restaurar orgulhosos nacionalismos e encurtar distâncias, a "Pan American Airways" iniciou, a 21 de Março de 1939, uma carreira regular de hidroaviões, os denominados "clippers", os quais, até finais de 1945, amararam na baía da Horta.
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Igualmente alemães, franceses e ingleses, embora em períodos de tempo mais curto, fizeram da Horta ponto de experiência, escala e reabastecimento das suas aeronaves.
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Como todos os ciclos, também este - o da hidroaviação - teve o seu fim; novamente o desenvolvimento tecnológico que o despoletou, prescindiu uma vez mais da baía da Horta."
César Gabriel Barreira, in "Um Olhar Sobre a Cidade da Horta"
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