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sábado, 24 de janeiro de 2009

GRAF ZEPPELIN NO FAIAL

"Naquela manhã de 4 de Junho de 1930, nas ruas da Horta, numerosas cabeças erguiam os olhos para o céu, procurando avistar o "monstro dos ares" que sobrevoava a cidade, vindo dos lados dos Flamengos e seguindo em direcção ao canal. As máquinas fotográficas tentavam captar a imagem do enorme charuto sempre que o mesmo aparecia por cima dos telhados das casas ou passava num espaço aberto ou, num melhor ângulo, diligenciando apanhá-lo para os lados da beira-mar. Esses breves minutos marcaram momentos de história que chegaram até aos nossos dias através de relatos e testemunhos ainda hoje relembrados.

Não fosse o "Graf Zeppelin" a aeronave mais célebre da época, ostentado orgulhosamente pela avançada técnica alemã, o que só por si seria motivo de grande expectativa para os faialenses que ansiavam por extasiar-se na sua contemplação, acrescia o facto de, na Horta residirem na altura algumas dezenas de alemães."

*

Carlos M. Ramos da Silveira, in

"O Cabo Submarino e outras crónicas faialenses".



Foi um momento histórico, que felizmente também nos proporcionou a primeira fotografia aérea da Horta.
Para saber mais sobre este "monstro dos ares", clique aqui --» LZ 127

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O PORTO DA HORTA

O CICLO DA HIDROAVIAÇÃO

"Será a ainda incipiente navegação aérea que num mais curto espaço de tempo não prescindirá do porto da Horta para as suas amaragens nas ligações de e para o Novo Mundo. Antes houve as tentativas heróicas e românticas encarregues de demonstrar a viabilidade de tais ligações. No seguimento destas, aqui amarou, a 17 de Maio de 1919, o hidroavião NC4 do capitão Albert C. Read, primeira etapa do voo inaugural de Trespassey (Terra Nova) para Plymouth, na Inglaterra; uma singela placa descerrada na Praça do Infante relembra aos passantes o evento.



Perante o sucesso, outros e de outras nacionalidades se lhe seguiram: ingleses, italianos, franceses e alemães, quer testando aviões, quer zepelins, sobretudo os alemães, dos quais o mais conhecido foi o "Graf Zeppelin", de cujo bordo, em 1930, se obteve a primeira fotografia aérea da cidade da Horta; estas silhuetas ronceiras e majestáticas continuaram a sulcar os ceús até que a tragédia lhes veio a por fim, a 7 de Maio de 1937, data em que dramática e fragorosamente o "Hindenburg", aeronave gémea do "Graf Zeppelin", explodiu sobre Lakehurst, Nova Jérsia, nos Estados Unidos, durante as manobras de aterragem.



Suplantando este surdo degladiar entre os vários países, cada qual empenhado em restaurar orgulhosos nacionalismos e encurtar distâncias, a "Pan American Airways" iniciou, a 21 de Março de 1939, uma carreira regular de hidroaviões, os denominados "clippers", os quais, até finais de 1945, amararam na baía da Horta.

Igualmente alemães, franceses e ingleses, embora em períodos de tempo mais curto, fizeram da Horta ponto de experiência, escala e reabastecimento das suas aeronaves.



Como todos os ciclos, também este - o da hidroaviação - teve o seu fim; novamente o desenvolvimento tecnológico que o despoletou, prescindiu uma vez mais da baía da Horta."

César Gabriel Barreira, in "Um Olhar Sobre a Cidade da Horta"